sexta-feira, 16 de outubro de 2020

NADA É PERMANENTE

 

Cada vez que algo novo, ou não tão novo, acontece, esse acontecer ativa aquilo que já parecia antigo. É como se tudo que foi minimamente semelhante com o agora voltasse a ser.

Embora os novos amores não sejam tão inéditos e inusitados como os primeiros, são mais vibrantes. Vibrantes e carregados. A perda da originalidade chega ao lado da elevação da intensidade advinda da transformação do amor atual em uma potência dos amores anteriores. Amor ao quadrado, ao cubo, à quarta potência... Como todas as outras, essa formula não possui aplicação isolada. Ela também vale para os outros sentimentos e fica ainda mais nítida quando se fala em dor. Sempre que uma desilusão bate a nossa porta ela vem acompanhada de todos os desencantos pregressos. Que ressurgem em versões ainda mais árduas. São as feridas que nunca se fecharam mostrando que ainda estão sangrando.

Nada é permanente, mas tudo parece permanecer.

Natália Bayeh

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