segunda-feira, 13 de junho de 2016

Sentindo sem sentido

Não sou o que sei 
Nem sei o que sou. 
Não sei se falo o que penso 
Ou se penso no que falo. 
Algumas vezes quero o que tenho, 
outras tenho o que não quero. 
Vivo sem conseguir terminar as coisas que invento em segredo. 
Tento sem mostrar que tentei  
e mostro sem fingir que escondi. 
Escrevo coisas sem sentido 
Apenas sentindo o que já não lembro. 
Tenho medo de perder o que consegui ganhar  
E de não ganhar mais o que já não posso perder. 
Suicido sem morrer  
e morro sem ter de viver. 
Nascer é cansativo e morrer não acaba com a exaustão. 
Paz seria não ter de ser o que sou.
Paz seria não ter de ser nada.
Mas viver sem ser é não existir
e existir sem viver é cansar sem porquê. 

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