sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

'O Mina chega de prosa, O Mano relaxa e goza!'

O fantástico cantor compositor Tom Zé explicou porque o refrão de "atoladinha" é um "metarefrão, microtonal e polisemiótico. No entanto a sociedade não entendeu esta classificação. A vergonhosa reação do publico diante dos pronunciamentos do sábio Tom Zé, nos mostra que em pleno século XXI a maioria das pessoas não sabe lidar com a sexualidade.
A principio fiquei indignada com a alienação do auditório no programa Raul Gil, que diante das falas do artista, tiveram uma reação totalmente infantil, transformando uma exposição séria de temas polêmicos em um show de comédia. Mas considerando a natureza de tal publico, composto por mulheres de pouca escolaridade e baixa instrução cultural tentei me conformar com tamanho absurdo. No entanto a falta de entendimento se repetiu no elitizado programa do Jô, cuja platéia supostamente possui maior escolaridade.

http://www.youtube.com/watch?v=hubD31XaHqU

Ao me deparar com tais comportamentos me sinto não só inconformada como também desiludida. Mas ao ver gênios como Tom Zé, fico contente em saber que existem pessoas tão esclarecidas e livres que lutam por ideais ignorados e esquecidos pela maioria, e insisto em acreditar que nem tudo está perdido.

Em seus pronunciamentos, Tom Zé abordou o tema da sexualidade feminina e da repressão social referente ao assunto. Colocou que em pesquisa de campo feita na USP, pela diretora do departamento de sexologia, foi constatado que 68% das estudantes NÃO GOZAM, quando foi perguntado o motivo, a maioria respondeu que não tinha tempo, ‘os parceiros gozavam muito antes e a relação que nunca terminava em tempo da obtenção do orgasmo feminino’. Foi perguntado também porque elas não falavam ao parceiro que não estavam saciadas, a maioria respondeu que jamais faria isso porque seriam tituladas prostitutas.
Dá pra acreditar?
Se na USP, local de maior circulação de informação do país, é esse o perfil das mulheres, imagine no resto do Brasil?

Oremos irmãos:

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem’(Cazuza e Frejat)

E sigamos cantando como bem ensinou o Mestre Tom Zé:

"E como diz por aí,
Aquela tal Suplici,
O Mina chega de prosa,
O Mano relaxa e goza."

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Experimentar o experimental

    Experimentar o experimental,
    A fala da favela.
    O nódulo decisivo nunca deixou de ser o ânimo de plasmar uma linguagem, convite para uma viagem.
    E agora, quer dizer, o que é que eu sou?
    Meu nome é Wally Salomão, um nome árabe, Wally Dias Salomão.
    Nasci numa pequena cidade da caatinga baiana, do sertão baiano.
    Filho de pai árabe e uma sertaneja baiana…
    “A memória é uma ilha de edição… a memória é uma ilha de edição…”
    Nasci sobe um teto sossegado, meu sonho era um pequenino sonho meu.
    Na ciência dos cuidados fui treinado, agora, entre o meu ser e o ser alheio, a linha de fronteira se rompeu, a linha de fronteira de rompeu!
    Câmara de Éter.
    “Eu tenho um pé no chão, porque eu sou de virgem, mas a cabeça, eu gosto que avõe
    Incorporo a revolta, dança do intelecto e ação dionisíaca.
    Obsessiva idéia de fundar uma nova ordem frente às categorias exauridas da arte e a indignação da rebeldia ética,a quase catatonia do quase cinema e o júbilo epifânico do Édem…
    Samba, o dono do corpo.
    Expressão musical das etnias negras ou mestiças no quadro da vida urbana brasileira.
    É, vamos inventar: “era uma vez…”

Wally Dias Salomão
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