O homem é um animal político, logo seria o político um animal homem? Esse questionamento tem contagiado massivamente meus pensamentos nos últimos dias. Eu que sempre preferi acreditar que a honestidade e bondade do ser humano estão superiores ao egoísmo e a desonestidade, não deveria perder tempo com tal pensamento de tamanha negatividade.
Uma das características do sistema capitalista que mais me traz repulsa é a repetição das palavras; propriedade, individualidade, exclusividade, e dos pronomes em primeira e segunda pessoa, nunca em terceira; meu, seu.
Dentro desse contexto, a política, a administração publica como a própria nomenclatura já diz, tem como finalidade promover o interesse público e jamais o individual. Uma pessoa que pretende seguir carreira política deve ter ciência disso, mas a maioria parece desconhecer tal principio promovendo campanhas e praticando condutas simplesmente para o ‘auto-desenvolvimento’.
Eu simplesmente não consigo compreender a facilidade que algumas pessoas têm de contornar o interesse coletivo em razão dos interesses pessoais. Claro que eu não estou me referindo à interesses pessoais de notáveis valores humanos, como por exemplo a vida de um ente querido ou a própria sobrevivência, esses interesses instantaneamente se tornariam coletivos, uma vez que nós seres humanos somos criaturas compreensivas e sabemos mensurar a importância dos bens na vida. O meu entender não aceita o egoísmo das pessoas que utilizam do poder publico para satisfazer o próprio ego, aquelas que vendem a própria dignidade por um cargo bom, ou por algum bem material ou simplesmente para fazer parte de um grupo cujo significado elas mesmas desconhecem.
Admito ser uma pessoa inteligente, que nunca teve dificuldade de aprendizado ou coisas do tipo, possuidora de certa malícia que costuma ser confundida com maldade. O fato de não me surpreender com o melhor e principalmente com o pior das pessoas leva alguns a acreditam que espero apenas o que tenho capacidade de proporcionar. Contudo, esperar não significa compreender, e nem minha inteligência ou minha malícia conseguiram solucionar esse não tão complexo dilema que atormenta minhas reflexões sem sucesso ou respostas.
Como pode um ser humano substituir seus fúteis interesses pessoais por notáveis interesses coletivos?
Quem puder responder, por favor, ajude-me, estou perdida.