sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Eu Sinto

Selfie #nataliabayeh:
O que eu sinto??

Eu apenas tenho sentido.
Sinto meu corpo esquentar quando você se aproxima.
Sinto meu coração acelerar quando escuto a sua voz.
Sinto ciúmes das que passaram por suas mãos.
Sinto vontade de te ligar cada vez vejo seu nome no meu celular.
Sinto meu estômago torcer quando não te sinto ao meu lado.
Eu sinto inveja até da Amy Winehouse, que você tanto idolatra.
Sinto vontade de chorar ao pensar que você não choraria por mim.
Sinto medo, muito medo, de você se cansar ou de nem mesmo se enfeitiçar pelos encantos que tentei te lançar.
Sinto vontade de falar o que sinto e gritar o seu nome.
Sinto, sobretudo, uma imensa vontade de sentir.
Sinto o calor aumentar quando lembro do seu olhar (...).
Sinto você, e principalmente, eu, quando está em mim.
Sinto o que nunca senti.

O que sempre temi sentir.
E o que sempre soube que sentiria.
Quando estou com você o meu verbo é conjugado na primeira pessoa do singular, EU SINTO.
Mas eu queria mesmo poder conjuga-lo na terceira pessoa do plural, NÓS SENTIMOS.
Me sentiria muito honrada se soubesse que você sente metade do que estou sentindo.
Mas sentir já me torna exclusiva, única, e me faz tão bem.
Não consigo parar de escrever.
Escrevo o que sinto e enquanto você estiver em minha mente não paro de sentir, e escrever...
Mas minha vida não pode se resumir a sentir você, então guardo o meu sentir e tento me concentrar no meu dever, que por hora é trabalhar...chegou gente no balcão.

É isso.!

e eu ainda sinto tudo..
e sinto, ainda, saudades!


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Surto



..:
Sabe aquele dia em você está saturado da vida?
Não aguenta fazer o que faz diariamente? 
Não suporta conversar os mesmos assuntos? 
Momentos em que até mesmo a voz e a entonação das pessoas geram uma irritação profunda?
A rotina fica insuportável. 
A mesmice te sufoca. 
A vontade é gritar e sumir. 
São dias em que até programas ou situações que sempre pareceram agradáveis e desejáveis se desenham de forma deformada. 
Viajar?? 
Af, que cansativo. 
Balada?? 
Hoje não.
Olhar o por do sol em algum lugar exótico???
Também Não.
Conversar com algum homem interessante em um passeio ilustrado e colorido?? Hoje não. Chato, chato, chato.
Não quero nada disso. 
Nesse exato momento o desejável se transformou em repugnante.
RAIVA.
Vontade de quebrar as paredes, de exterminar as pessoas, de correr pra longe, qualquer lugar em que não exista nada.
Preguiça?? 
Não é a exata definição dessa sensação que me invade de tempos em tempos. 
É mais uma aversão. 
Algo mais próximo da inquietude do que da desídia de agir. 
Um querer atuar desenfreadamente.
Ser uma musica ligada no volume máximo sem pudor com qualquer outro som que possa interromper ou modificar. 
Uma musica não. 
Existiriam muitos limites.
Essas frescuras de acordes e melodias. Que não se convergem em nada com o que estou tentando descrever. 
Um barulho. 
Barulho, único, singular, próprio, que destrói e corrói tudo.


INVASIVO.
DESAFETADO.
Gerador de uma vibração forte e intensa, que apesar de amenizável, jamais será ignorável.
Por mais que o mundo insista em me obrigar a usar protetores de ouvidos,  meu corpo e meu eu sabem que o som continua vibrando. 
Isso CHOCA. 
INCOMODA. 
DESPERTA.
Estão gritando. 
Não querer parar. 
Querem sair. 
Sair sem saber pra onde. 
Pra longe. 
Para qualquer lugar. 
Para lugar nenhum. 
XINGAM. 
ESPERNEIAM.
DESCABELAM.
Demônios e mais demônios. 
Não são pensamentos. 
São aspirações. 
Ou talvez não sejam aspirações. 
Talvez sejam contrastes.
Nenhuma droga poderia mudar essa onda. 
Nenhum chicote domaria. 
SELVAGEM.
EXPLOSIVA.
MANÍACA
Não posso dizer que essa seja uma sensação ruim. 
É BOA.
É diferente. 
Como tudo que é intenso. 
O desagradável é a impossibilidade de deixa-la fluir. 
Ou pior, de não poder fluir em seu exato ritmo.
A única ação passível de ser exercida com um grau de proximidade com essa vibe, é a redação desses devaneios dessa mente inquieta.
Mente que GRITA. 
E grita muito.
Me lembro das outras ocasiões em que esse desmedido invadiu o meu ser. 
Me lembro de estar presa na escola. 
Acometida por um absurdo sentimento de impotência. 
Olhando na janela com persianas e escutando o mundo acontecer sem que eu nele pudesse estar.
O trânsito, o som dos carros, a voz das pessoas na rua do outro lado do muro, refletiam mais o meu
interior do que aquela sala de aula parada e insuportável, que mais se assemelhava a uma prisão.
Eu imaginava o mundo dos adultos. 
E no meu sonhar, eu poderia obter liberdade quando atingisse a faculdade de ir e vir a qualquer momento. 
Mas minha inteligência e realismo, que automaticamente se contrapunham ao romantismo ilusório do lado direito do meu cérebro, já respondiam:
"Adultos só mudam de prisão."
 Se não fosse a sala de aula, seria um consultório, um escritório, uma mesa de banco, um laboratório. 
Em qualquer espaço ou tempo, eu seria prisioneira.
Enquanto aquele espírito fugitivo e desbravador estivesse encarnado em minha pele. 
E aqui estou. 
Adulta e presa em um escritório, atrás de um computador, ao lado de outros tolos que estão presos e nem sabem disso.
Talvez seja essa uma das finalidades desse “surto”, despertar o eu para realidade tal qual ela é.
Mostrar que a existência é sim um cárcere. 
E que embora confortante, vai acabar sufocando.
São dois os caminhos.
Ou você sai da cadeia e salva o prisioneiro que está lutando pela vida.
Ou mata o encarcerado e vive acomodado nesta sua cela existencial por toda a eternidade. 
Acompanhada pelo mais eterno e superficial dessentir. 
E me desculpem, mas matar o sentir é suicidar a alma. 

Faz de Conta

Porque a minha brincadeira preferida sempre foi fazer de conta. 
Fazer de conta que a vida é um filme. 
Ou que sou a  protagonista  de um roteiro misterioso com um final feliz programado. 
Fazer de conta que o momento é um verso de um poema.
Que aquela série foi inspirada na minha  personalidade. 
Fazer de conta que a felicidade é real e que a tristeza é surreal.
Fazer de conta que a dor é bonita e que motiva a poesia.
Fazer de conta que alguns sonhos são um sinal divino de que algo realmente importante vai acontecer.
Ou que são fragmentos de memória das vidas passadas nos universos paralelos onde eu provavelmente faço de conta que tenho uma existência preciosa e que um dia irei lembrar-me de todas as encanações.
Fazer de conta que tudo faz algum sentido e que nada nunca acontece por acaso.
Fazer de conta que o faz de contas é sincero e que a chamada realidade não passa de uma máscara para confundir o que existe.   
Mas há certo tempo eu já não penso que tudo é apenas um faz de contas do destino. 
De um sonho de um extraterrestres ou de uma história inventada por um pai para entreter sua filha entediada.
Já nem acho mais que os pensamentos são sopros de seres invisíveis, que se escondem na lógica racional, fazendo de conta que tudo que surge em nossas mentes foi gerado por ela mesma.
Ainda acredito que todos vivem fazendo um enorme esforço para fazerem de conta que são legais.
Que as mulheres continuam fazendo de conta que gozam e os homens que sentem tesão.
Não duvido que os golfinhos façam de conta que são burros e os pais que amam os filhos. 
Mas já não consigo fazer de conta que sou inteligente, esperta e diferente. 
Só sei que estou me cansando dessa brincadeira de fazer de conta.
Que era muito divertida até ter que fazer de conta que eu sou alguém que não sei se quero ser, que gosto de ser o que sou, ou que gosto de qualquer coisa.   
O que significa fazer de conta?? 
Uma expressão feia sem significado direto.
“Fazer” não combina com “conta” e o “de”, no meio, não faz uma ligação sonoricamente interessante.
E o que seria esse texto?
Uma manifestação de desilusão?
Um bilhete suicida?
Nada disso.
Uma tentativa frustrada de reflexão sobre qualquer coisa. 
E, sem maiores conclusões, sigo fazendo de conta que há muito que se viver.  
Fim!


 

Ou faz de conta que é o fim.
Pois todos bem sabemos que não acabou por#$% nenhuma.
Olha eu aí..
De novo, fazendo de conta que sou fo%$# com palavrões.
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