quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Iceberg


Há tantas ideias em minha mente
Tantos verbos em minha garganta
Tantas palavras querendo ser escritas
Tantas formas a serem desenhadas
Tantas vidas querendo ser vividas
Há tantos seres querendo ser
Em tão pouco tempo para tanto.
A ponta superior do iceberg me parece tão pequena, 
mesmo sendo larga.
Tudo é tanto e ao mesmo tempo tão pouco
Não haveria o tão e nem mesmo o tanto
 se conseguisse acreditar que a vida 
é só o que se consegue enxergar do lado de fora do oceano.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Extra Existencial

Como pode alguém ter medo de perder o que nunca ganhou
Vontade de comer o que nunca experimentou?Saudades de sentir o que nunca sentiu? 
Porque talvez o nunca seja apenas referente a essa existência. 
Poderiam ser essas as provas necessárias que os pesquisadores vêm buscando para justificar as outras formas de vida. A base científica da tão “mitológica” reencarnação! 
 A existência não se limita a vida no presente momento e é por isso que mesmo não tendo memória de quando vivemos esse amor extra existencial, temos em nós a imensa saudade de senti-lo. Porque ele está tatuado em nossa alma e grafado em nossos sentidos mais remotos. 
Porque será que é tão difícil acreditar em algo tão simples e puro?
Porque uma ideia cultivada milenarmente soa tão mal aos ouvidos dos “atuais”?

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Politeia



Sinto falta da energia política, da vontade de criar soluções para os problemas do mundo, da capacidade de repensar antigos preceitos e reformular ideais, da interiorização em busca dos mais profundos conhecimentos adquiridos e não assimilados. Da resposta rápida do inconsciente aos argumentos externos, da ideologia anulando a conveniência e da razoabilidade sobre a teimosia. Do poder de conhecer acima do conhecer o poder. Mas sobretudo, da simulação do que poderia ser a política e da materialização do que até então permanece na utopia!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nem ameaças externas nem forças ocultas...

Acabou-se o tempo do Estado mínimo, o neoliberalismo está morto, os continentes estão se unindo, a sociedade reestrutura-se com base em noções de sustentabilidade, as mulheres estão na presidência, os homossexuais estão se casando, os terroristas foram Caçados, os ditadores assassinados, os inimigos não estão mais no poder, não há ameaças externas nem forças ocultas, não há contra o que se lutar nem o que combater. Os medos mudaram, os objetivos reobjetivaram-se. Mas nunca se pode parar de lutar, os que mandam precisam dar ordens. Salvar o mundo ainda é preciso, apenas não com tanta precisão. Os direitos consolidaram-se, até mesmo o direito de suprir o direito do outro. Os fins agora são os meios para os antigos fins e o imperialismo busca seguidores para seus propósitos. (trecho do TCC: Direitos Humanos, a Veste do Lobo Imperialista no Rebanho da Nação Soberana.. Natália Bayeh)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Encontre-me quando puder!

Hoje eu vejo que eu realmente era uma garotinha bobinha, cheia de vícios, anseios e expectativas forçadas. Nada que não fizesse parte do padrão de garotas da minha idade. Mas a questão é justo essa, eu sempre estive muito além de qualquer padrão. Não que eu estivesse maturidade precoce ou o espírito antigo, nada parecido. O fato é que sempre mergulhei em minhas idades com muito mais intensidade. Aos 14 me apresentava mais revoltada e extremista do que qualquer adolescente complicada.  Aos 20 não foi diferente, meu mundo passou a ser visto de forma bem mais cognitiva do que o daqueles ao meu lado. Meu poder já estava comprovado, mas minhas capacidades começaram a ser questionadas, e sem que eu pudesse me defender me vi perdida dentro da única certeza que sempre dominei, minha identidade. O meu eu já não era mais certo. O meu universo particular se dividia entre vontades e prudências, razões e acaso. O que eu achava querer não era o que conseguia obter. Foi quando me vi diante do que parecia ser a única solução para esse insuportável desconforto, o sentir me tiraria do poço. Mas não tirou. Talvez porque não foi devidamente correspondido, ou talvez porque não se tratava de algo puro, natural ou espontâneo, mas de uma alternativa maquiada, imaginada e até condicionada. É dolorido admitir, mas o amor que acreditava sentir nunca existiu de fato. Nenhuma ação cujo fim é o bem pode ser considerada ruim. Apesar desse sentimento frustrado não ter me tirado das profundezas, me deu forças para entender que eu precisava sair sozinha, não seria salva por ninguém.
O amor ainda é a vertente que me movimenta e foi ele que me tirou das sombras. Mas não cheguei ao céu, estou bem distante disso, nem tenho a pretensão de lá estar. Sei que isso acontecerá em dia e hora que desconheço como também sei que para as trevas posso retornar. Mas não será mais um lugar desconhecido. É, não sou mais a garotinha bobinha que espera pelo amor em qualquer esquina, talvez apenas nas esquinas mais coloridas e diferenciadas. Já sei que não é algo que eu deva buscar, simplesmente aguardar. Encontre-me quando puder, estarei pronta!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Enxergar sem Ver

Era como se eu enxergasse sem ver. Como se sua alma saísse do corpo e me descrevesse detalhadamente tudo que existe dentro de você.O seu sorriso não consegue esconder as caretas em seu interior.
Se sua alma pudesse falar, estaria gritando, gritos medonhos e instigantes, mais assombrosos do que quaisquer outros, porque ninguém pode escuta-los.
Como é sinistro saber que algumas das pessoas mais normais e dóceis, de aparência serena e boa possuem dores na alma, energias obscuras e trevas em suas profundezas.O que se vê nunca é o que se vê!
Eu queria poder contar, gostaria que pudessem acreditar e mais que isso, gostaria que também enxergassem o que eu vejo sem os olhos!
O mais dolorido nisso tudo, é não conseguir se contagiar com o doce sorriso das pessoas com buracos na alma.
Agora eu vejo o que não vi quando te olhei pela primeira vez. Enxergo as manchas escuras que contornam o seu ser. É enigmático, para não dizer assustador, pensar em como uma pessoa que me fez sentir tão bem é tão rodeada e envolvida de forças tão ruins.
Somos seres tão limitados, vemos o que nos é mostrado, sabemos o que nos ensinam, nada diferentes dos chipanzés que aprendem que é preciso bater palmas para ganhar bananas. Se conseguissemos enxergar além do 3D.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

كلام

            
         Eu não escolho as palavras elas me escolhem, surgem em minha mente, e quando não as deleto por incompatibilidade as pronuncio sem pensar no efeito que causarão, ou escrevo-as  sem refletir se combinarão  entre si. 
  São palavras e não devem ser meticulosamente medidas nem irresponsavelmente sorteadas, apenas amorosamente pronunciadas.

Palavra – Sinônimos -  afirmação, declaração , discurso,  dito,  doutrina,  expressão,  fala,   promessa,  termo,  verbo,  vocábulo,  voz (   http://www.dicsin.com.br/content/dicsin_lista.php )

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Repleta de Mim!

            Não preciso de motivos que justifiquem a minha existência, nem de razões que legitimem a minha vida. O sucesso profissional não massageia o meu ego, bem como os relacionamentos sociais não contribuem para minha alegria. Mais uma vez a minha felicidade está pautada na minha capacidade de ser. Estou REPLETA DE MIM!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Apego que me resta!

          Muitas vezes deixo de reparar nos efeitos que me causa a sua ausência. Como muda meu modo de pensar, de agir, de respirar. Não sei se sou mais eu com ou sem você. Suas pequenas doses repercutem intensivamente no meu dia a dia. Minto, finjo não sentir sua falta, mas já não consigo disfarçar a abstinência que o meu corpo tem de você. Não sei se é vício, dependência psíquica, física ou espiritual, só desconheço solução melhor do que te engolir todos os dias. 
        Meus amigos dizem que não é bom pra mim, meus pais me proíbem de ignorá-lo, os estranhos não entendem seus motivos, mas só eu sei até onde consigo ir sem você. Nunca menosprezei seu potencial, suas contra-indicações não estão no meu perfil. Talvez seja por isso que insistem em dizer que tenho uma boa tolerância a sua droga. 
         Se não fosse por você eu ainda seria portadora de uma das melhores memórias fotográficas que se tem conhecimento, não me esqueceria do rosto de todas as pessoas que por mim passaram, lembraria com nitidez de todas as minhas falas dos dias anteriores e estaria sempre segura de que os dias realmente importantes jamais seriam esquecidos. 
      Eu demorei a perceber que era você o principal colaborador de alguns dos maiores males do meu ser.        
          Quando eu o abandonei, você gritou! E eu escutei! Sua ausência me levou a conhecer as profundezas da depressão. As lagrimas e o choro soluçado e desmotivado se tornaram rotina nos meus dias me levando a reconsiderá-lo em minha vida. Hoje sobrevivo com 1/6 de você, conseguimos ficar distantes por um dia inteiro. Ainda é o apego que me resta, o mal necessário que me salva do abismo da cataplexia!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...